AMOR ALUCINADO



Poderia amar-te na aurora das revoluções,

com o amor alucinado

dos anarquistas loucos,
em caves desertas e cinzentas de fumo,
sob furacões de balas e multidão,
no delírio sangrento
da queda da ordem
e das tiranias

Amar-nos-íamos!
Amores crispados,
amores profanos,
amores inquietos de pólvora
e arame farpado.

Ficaríamos depois,
ombros nos ombros,
alheios às chamas,
olhando a imensa flor vermelha
irrompendo
por entre os escombros.

(Manuel Filipe)

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